O preconceito no mundo
‘’As gerações mais
novas vão seguindo e tendo opiniões em relação ao racismo já impregnadas‘’, diz a professora Lucia
Helena Barbosa Ávila, que atua na área da geografia dando aulas no colégio
Tiradentes da Brigada Militar de Santo Ângelo, e que aceitou ser entrevistada
pelos alunos Marcos Jardel Hammacher, Samuel dos Santos Bueno, Willian Pereira
e pela aluna Eduarda de Almeida, que fizeram perguntas sobre o tema
preconceito.
O que você
entende por preconceito, tanto racial quanto de religião e opção sexual? E qual
sua opinião sobre esse ato que está cada vez mais presente na vida em
sociedade?
Do meu ponto de vista, preconceito é julgar
algo ou alguém sem conhecimento de causa. Não podemos julgar uma pessoa pela
cor da pele sem antes conhecê-la, assim como nós não podemos julgar algo sem
conhecer, primeiro nós temos que buscar conhecimento. Enquanto eu não souber
realmente o histórico eu não tenho como julgar. [...] Eu não vou julgar o
caráter da pessoa pela sua opção sexual, eu não posso julgar. E isso é um
problema da pessoa, corresponde a ela, não me atinge diretamente. [...] não
interessa a opção sexual nem a opção religiosa da pessoa, interessa
simplesmente o caráter dela.
Você
pessoalmente já presenciou algum ato de racismo?
Já, alias presenciamos quase sempre só que
às vezes não nos damos conta. Por exemplo, nas escolas, na família, no grupo de
amigos, um simples comentário ou brincadeira em relação a cor do amigo ou do
colega é bastante comum. [...] só vai aparecer por exemplo, nos campos de
futebol, porque têm a mídia ali, aí as pessoas vão começar a se dar conta,
então é no meio que vai começar a aparecer. O preconceito, eu já presenciei
bastante e continuo presenciando [...].
O que você
acha que deve ser feito para por um fim no preconceito? E se você fosse
presidente do nosso país quais seriam seus projetos para acabar com esse
problema?
Na realidade ser presidente hoje em dia não
é fácil, principalmente na atualidade e no Brasil. Porque antigamente na politica
existia só direita e esquerda, era mais fácil. Hoje em dia, por exemplo, nós
temos muitas diferenças, tanto culturais, nós temos as diferenças de gênero, então
isso se torna bastante difícil. [...] o racismo já é uma questão histórica. O
Brasil é racista porque isso já vem de longa data, e as gerações mais novas vão
seguindo e tendo opiniões em relação ao racismo já impregnadas [...] eu preciso
diferenciar o que é diferente para depois igualar. Eu vou dar um exemplo, sem
querer me posicionar mas já me posicionando, em relação as cotas raciais, é uma
politica publica em relação aos tratados diferentes, em questão o negro, o indígena
e os menos favorecidos. Então nesse sentido é importante porque precisa haver o
reconhecimento do Estado para que haja mudança no pensamento da sociedade.
Então eu continuaria com esse tipo de politica publica.
Na
sua opinião, o que faz as pessoas persistirem nesse pensamento racista mesmo
sabendo que é errado?
Persistem nesse pensamento porque na
realidade é um senso comum, isso já está impregnado na saciedade brasileira, não
só na sociedade brasileira mas na sociedade em
geral, já faz parte da pessoa. Então a pessoa já sente como verdade, por
isso que continua, e continua mais ainda porque quando acontece as politicas
publicas para haver uma mudança as pessoas já estão na defensiva e acham que é
discriminação, quando na realidade o que é diferente é preciso sim diferenciar
para depois igualar, essa é a minha opinião.
Qual
é a sua mensagem para os jovens e adultos que hoje enfrentam essa dura
realidade?
Minha mensagem é que não fechem os olhos
para o que está acontecendo [...] tem que dividir a aparência da pessoa com o
que ela é, mas para dividir isso, para realmente julgar uma pessoa é preciso
conhecer. Então tem que conhecer, o preconceito nada mais é do que falta de
conhecimento, antes de julgar alguém ou algo, vamos procurar no fundo conhecer.
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