domingo, 2 de novembro de 2014

Entrevista com a professora Lucia Helena Barbosa Ávila sobre preconceito

O preconceito no mundo

‘’As gerações mais novas vão seguindo e tendo opiniões em relação ao racismo já impregnadas‘’, diz a professora Lucia Helena Barbosa Ávila, que atua na área da geografia dando aulas no colégio Tiradentes da Brigada Militar de Santo Ângelo, e que aceitou ser entrevistada pelos alunos Marcos Jardel Hammacher, Samuel dos Santos Bueno, Willian Pereira e pela aluna Eduarda de Almeida, que fizeram perguntas sobre o tema preconceito.

O que você entende por preconceito, tanto racial quanto de religião e opção sexual? E qual sua opinião sobre esse ato que está cada vez mais presente na vida em sociedade?

Do meu ponto de vista, preconceito é julgar algo ou alguém sem conhecimento de causa. Não podemos julgar uma pessoa pela cor da pele sem antes conhecê-la, assim como nós não podemos julgar algo sem conhecer, primeiro nós temos que buscar conhecimento. Enquanto eu não souber realmente o histórico eu não tenho como julgar. [...] Eu não vou julgar o caráter da pessoa pela sua opção sexual, eu não posso julgar. E isso é um problema da pessoa, corresponde a ela, não me atinge diretamente. [...] não interessa a opção sexual nem a opção religiosa da pessoa, interessa simplesmente o caráter dela.

Você pessoalmente já presenciou algum ato de racismo?

Já, alias presenciamos quase sempre só que às vezes não nos damos conta. Por exemplo, nas escolas, na família, no grupo de amigos, um simples comentário ou brincadeira em relação a cor do amigo ou do colega é bastante comum. [...] só vai aparecer por exemplo, nos campos de futebol, porque têm a mídia ali, aí as pessoas vão começar a se dar conta, então é no meio que vai começar a aparecer. O preconceito, eu já presenciei bastante e continuo presenciando [...].

O que você acha que deve ser feito para por um fim no preconceito? E se você fosse presidente do nosso país quais seriam seus projetos para acabar com esse problema?

Na realidade ser presidente hoje em dia não é fácil, principalmente na atualidade e no Brasil. Porque antigamente na politica existia só direita e esquerda, era mais fácil. Hoje em dia, por exemplo, nós temos muitas diferenças, tanto culturais, nós temos as diferenças de gênero, então isso se torna bastante difícil. [...] o racismo já é uma questão histórica. O Brasil é racista porque isso já vem de longa data, e as gerações mais novas vão seguindo e tendo opiniões em relação ao racismo já impregnadas [...] eu preciso diferenciar o que é diferente para depois igualar. Eu vou dar um exemplo, sem querer me posicionar mas já me posicionando, em relação as cotas raciais, é uma politica publica em relação aos tratados diferentes, em questão o negro, o indígena e os menos favorecidos. Então nesse sentido é importante porque precisa haver o reconhecimento do Estado para que haja mudança no pensamento da sociedade. Então eu continuaria com esse tipo de politica publica.

          Na sua opinião, o que faz as pessoas persistirem nesse pensamento racista mesmo sabendo que é errado?

Persistem nesse pensamento porque na realidade é um senso comum, isso já está impregnado na saciedade brasileira, não só na sociedade brasileira mas na sociedade em  geral, já faz parte da pessoa. Então a pessoa já sente como verdade, por isso que continua, e continua mais ainda porque quando acontece as politicas publicas para haver uma mudança as pessoas já estão na defensiva e acham que é discriminação, quando na realidade o que é diferente é preciso sim diferenciar para depois igualar, essa é a minha opinião.

                Qual é a sua mensagem para os jovens e adultos que hoje enfrentam essa dura realidade?

                Minha mensagem é que não fechem os olhos para o que está acontecendo [...] tem que dividir a aparência da pessoa com o que ela é, mas para dividir isso, para realmente julgar uma pessoa é preciso conhecer. Então tem que conhecer, o preconceito nada mais é do que falta de conhecimento, antes de julgar alguém ou algo, vamos procurar no fundo conhecer. 

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